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Recandidatura de Rui Costa à Presidência do Benfica

Recandidatura de Rui Costa à Presidência do Benfica

Rui Costa, presidente do Sport Lisboa e Benfica desde 2021, anunciou recentemente a sua recandidatura ao cargo máximo do clube encarnado. A decisão, aguardada com expectativa tanto por sócios como por adeptos, surge num momento-chave da vida institucional e desportiva do Benfica. Com um mandato marcado por conquistas misturadas com desafios, Rui Costa pretende dar continuidade ao projeto que iniciou após a saída de Luís Filipe Vieira. Neste artigo, iremos analisar os motivos que sustentam a recandidatura, bem como o balanço do seu mandato atual e as perspetivas para o futuro do clube da Luz.

O balanço do primeiro mandato de Rui Costa

Desde que assumiu a presidência do Benfica em 2021, Rui Costa teve de lidar com uma série de desafios estruturais, desportivos e institucionais. O antigo médio do clube chegou ao poder num contexto de instabilidade, na sequência da detenção e subsequente demissão de Luís Filipe Vieira, o que colocou uma enorme pressão sobre os ombros do novo líder.

No plano desportivo, Rui Costa apostou na contratação de Roger Schmidt, técnico alemão que trouxe um novo estilo de jogo à equipa principal. A época 2022/2023, sob o comando de Schmidt, marcou um ponto alto do mandato de Rui Costa, com a conquista do 38.º campeonato nacional e uma excelente campanha europeia na Liga dos Campeões, onde o Benfica chegou aos quartos de final.

Ao nível da gestão financeira, o atual presidente procurou estabilizar a dívida do clube, controlar os custos operacionais e reforçar o investimento na formação. As vendas milionárias de jogadores como Enzo Fernández e Darwin Núñez permitiram algum fôlego financeiro, mas também geraram críticas entre adeptos quanto à perda de talento desportivo.

A aposta na formação é outro ponto central da gestão de Rui Costa. O Seixal foi promovido como uma das pedras basilares do projeto, com a integração de jovens como António Silva, João Neves e Florentino Luís na equipa principal. Esta aproximação à “identidade benfiquista” granjeou apoio entre uma franja significativa de sócios e adeptos, que valorizam o regresso à raiz formativa do clube.

No que toca à transparência e governança, Rui Costa procurou introduzir uma postura mais comunicativa e aberta. A realização mais frequente de assembleias, a auscultação dos sócios em matérias estratégicas e a promessa de renovar os estatutos do clube são exemplos de tentativas de reforma interna — ainda que criticadas por não serem suficientemente rápidas ou abrangentes.

Apesar dos avanços, Rui Costa também enfrentou críticas. Algumas decisões de mercado foram postas em causa, nomeadamente o investimento em jogadores que não corresponderam às expectativas. Acrescem ainda as dúvidas em torno de reforços na estrutura diretiva do futebol, com vários adeptos a questionarem a ausência de uma figura técnica de relevo para acompanhar o treinador numa perspetiva mais estratégica.

Motivações e visão futura de Rui Costa para o Benfica

Com a aproximação das eleições no clube, Rui Costa anunciou a sua recandidatura à presidência do Benfica, manifestando intenção de concluir o percurso que iniciou, aprofundando estratégias que considera essenciais para a consolidação de um Benfica moderno, competitivo e sustentável.

Segundo declarações públicas, o presidente em exercício acredita que é ainda possível dar continuidade e solidez ao projeto em curso. Um dos principais pilares da sua proposta passa pelo reforço das equipas principais — não só no futebol masculino, mas também nas modalidades e no futebol feminino — com a aplicação de critérios rigorosos de scouting e sustentabilidade financeira.

“O Benfica tem de ser competitivo em todas as frentes, nacional e internacionalmente, sem esquecer a nossa identidade”, afirmou Rui Costa numa entrevista recente, destacando o equilíbrio entre performance desportiva e princípios históricos do clube.

Outro dos grandes objetivos é a requalificação infraestrutural. Rui Costa pretende avançar com o projeto de modernização do Estádio da Luz, bem como potenciar o Benfica Campus com novas valências, tanto ao nível da formação como da preparação física e médica. A visão apresentada inclui ainda o reforço da internacionalização da marca Benfica, com maior presença nos mercados norte-americano, asiático e africano.

Em termos institucionais, a revisão dos estatutos volta a ser uma prioridade. Rui Costa propõe alterações que visam modernizar os mecanismos de governação e promover ainda mais transparência nas decisões do clube. A criação de um conselho estratégico independente é uma das medidas que está a ser avaliada, com o objetivo de melhorar a supervisão e o acompanhamento das políticas implementadas.

A relação com os sócios será também um foco da nova candidatura. Rui Costa deseja reforçar os canais de comunicação com os associados, incluindo a criação de uma plataforma digital que permita maior interação, participação e acesso à informação por parte da massa associativa.

Em suma, Rui Costa aposta numa visão de continuidade com aperfeiçoamento, apostando numa gestão sustentada, fidelização do talento interno e melhoria da capacidade competitiva. Os seus apoiantes apontam a experiência acumulada e o conhecimento interno do clube como grandes mais-valias, enquanto os detratores exigem mudanças mais profundas e maior ousadia nos planos estratégicos.

As eleições prometem, por isso, ser um momento decisivo para o futuro próximo do Sport Lisboa e Benfica, com os sócios a terem a derradeira palavra sobre a continuidade — ou não — de Rui Costa à frente dos destinos do clube.

Rui Costa entra na corrida eleitoral com um balanço misto mas acima de tudo com uma visão clara sobre aquilo que pretende para o Benfica. A sua recandidatura representa tanto a validação dos progressos já alcançados como um compromisso com os desafios que ainda se avizinham. Resta saber se os sócios sentem o mesmo nível de confiança e se estarão dispostos a confiar-lhe um novo mandato.

A recandidatura de Rui Costa à presidência do Benfica marca um ponto decisivo no percurso institucional do clube. O primeiro mandato viu avanços significativos em várias frentes: desportiva, financeira e estrutural. Ainda assim, subsistem críticas que exigem respostas claras. A proposta de continuidade, com aposta estratégica em reforço competitivo, modernização das infraestruturas e reaproximação aos sócios, traça uma direção ambiciosa para o futuro. Cabe agora aos benfiquistas avaliar se esta visão responde às aspirações do universo encarnado. As próximas eleições serão, sem dúvida, um momento emblemático para o caminho que o clube vai trilhar nos próximos anos.

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